Neymar e Najila, duas faces de uma época. A nossa época. Ninguém questiona os bons costumes da menina que sai do país para ficar com um perfeito desconhecido. Ninguém pergunta a moralidade do atleta evangélico que tem sexo fora do casamento ou de qualquer laço afetivo.
Ninguém da turma do empoderamento feminino avaliou a conduta de uma mulher que se colocou em situação de dependência econômica diante de um homem. Neymar pagou as passagens, o hotel, ele determinou quando e onde deviam se encontrar. Nessa novela de mau gosto, a mulher foi meramente um objeto de desejo masculino. Nada de turismo, nada de jantares românticos, nada de flores.
Ninguém entre os defensores da família saiu para exigir do Neymar que mantenha na esfera privada as mensagens eróticas e os nudes multidimensionais.
Estamos de fato em uma época pós-crista onde a moral religiosa não pega. Ela não tem peso nenhum no debate público. Vive atrincheirada atrás do veto ao aborto e há décadas que não sai para “patrulhar”. O papel do “patrulhamento moral” foi assumido pelos “””progressistas””” : são eles que caçam o Mal e enaltecem o Bem. Ninguém tem medo da fúria da igreja, mas todos tememos as legiões do politicamente correto. E no caso Neymar vs Najila, os “””progressistas””” padeceram do síndrome da tela azul. Devem defender a moça por ser mulher ou o jogador de futebol por ele fazer parte da única aristocracia que merece reverencia: a ultra-elite do “entertainment”? Na dúvida, preferem se manter calados.
Quarenta anos de exposição a pornografia transformaram os valores. É um fato, não adianta nega-lo. Mandar nudes ou bater nas nádegas do companheiro viraram comportamentos aceitáveis. O que era marginal virou comum.
O caso segue os protocolos da indústria pornô. Um macho alfa transa com uma jovem loira e atraente, peles inflamadas, corpos curvados, câmeras gravando, roteiros indigentes, diálogos esqueléticos e uma cambada de internautas frustrados assistem em replay. Os mesmos telespectadores no domingo vão gritar e brigar ao assistir 22 milionários jogar bola…
Enquanto isso o desemprego segue alto e a classe média agoniza.
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