Prezado Prefeito de São Paulo,
Dia 08.08 foi o dia internacional do pedestre. Aproveitei essa ocasião para reflexionar sobre esse fenômeno chamado “pedestre” que atrapalha a mobilidade urbana e entope as vias dificultando a livre expressão de ciclistas, motoqueiros, ambulantes e motoristas de carro.
Andei ontem na Avenida Paulista e em ruas pacatas de Moema. A cada esquina, o mesmo espetáculo deprimente: pedestres e pedestres empenhados em transitar pelas calçadas estreitas e esburacadas enquanto ciclistas tentavam cortar caminho pelas mesmas calçadas. E na hora de cruzar usando a faixa delimitada para tal efeito, a maioria dos pedestres não presta atenção no ciclista que trafega em contramão e que acaba “surpreendido” pela ousadia de quem considera que o ciclista deve se submeter as leis do trânsito. Insuportável e revoltante! O pedestre é um obstáculo a liberdade total do ciclista que tem direito de andar como quiser por onde quiser, dentro e fora das ciclo-faixas cujo papel é puramente decorativo.
As coisas não param por aí. Dezenas de ambulantes vendendo coisas muito importantes (como pulseiras, DVD pirata e bolos) também precisam da integralidade da calçada da Avenida Paulista. Contudo hoje em dia, eles devem ceder espaço ao maldito pedestre que cisma em usar a calçada tirando o sustento de empreendedores autônomos, todos devidamente registrados e pagando os impostos.
Poderia também lhe contar dos motoqueiros que precisam trafegar na calçada entre a rua e a porta da pizzaria que os contratou para fazer o serviço de delivery. Também poderia lhe contar anedotas sobre mães empurrando carinho de bebê e idosos que causam lentidão aos legítimos usuários da calçada: skatistas, ciclistas, motoristas que precisam enfiar o carro dentro da loja onde pretendem fazer as compras etc.
Prezado Prefeito, não quero me limitar a criticar, venho fazer sugestões construtivas também. Parece-me urgente decretar um rodízio do pedestre em São Paulo com horários estritos de circulação fiscalizados pela CET. Ex: de manhã o pedestre pode usar a calçada das 6 às 10h, depois a mesma passa a ser de uso exclusivo das bikes, e a partir das 18h tolera-se pedestre na parte da calçada que fica entre o poste de luz e o asfalto. Enquanto as mães com bebê, devem “comprar” o direito de ir e vir por meio de um sistema similar ao Zona Azul. O propósito é limitar o número de carrinhos com crianças na via pública para dar máxima vazão ao ciclismo paulistano.
Tenho fé em que essas medidas vão descongestionar as calçadas da capital e consequentemente liberar o potencial esportivo de vários ciclistas que hoje em dia se sentem frustrados. Quem sabe, amanhã o vencedor do próximo Tour de France será oriundo de São Paulo? Essa perspectiva vale bem todos os sacrifícios.
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